domingo, 3 de abril de 2011

Vencedor do Prêmio Jabuti 2010 fala sobre literatura e carreira

José Rezende Jr. deixou o jornalismo em busca do prestígio e da felicidade como escritor

O escritor José Rezende Jr. esteve nesta sexta-feira, 1 de abril, no Instituto de Educação Superior de Brasília, na Asa Sul, para falar sobre a carreira como jornalista e os livros que escreveu. O mineiro que vive em Brasília há 24 anos, foi um dos vencedores do prêmio Jabuti, uma das premiações de maior prestigio da literatura no Brasil, com a obra “Eu perguntei pro velho se ele queria morrer e outras estórias de amor”.

Ganhador na categoria “contos e crônicas”, José Rezende diz que abandonou a carreira de jornalista para se tornar escritor. “Apesar de muitos colegas que trabalham no jornalismo conseguirem escrever livros, para mim não dava. Ou escolhia um ou outro, e decidi escrever livros”, conta o escritor que diz ser apaixonado por literatura. “Desde criança já lia gibis do Batman e do Homem Aranha. Depois comecei a me interessar por clássicos como “Don Quixote” e “Os três mosqueteiros”.

Antes de escrever seu primeiro livro “A Mulher-Gorila & outros demônios”, de 2005, trabalhou como jornalista no Jornal do Brasil, O Globo, Isto É e no Correio Braziliense, onde neste último, ensinava colegas em uma oficina promovida pelo jornal a se adaptar a nova linguagem do jornal. “Um dia o diretor do jornal chegou e disse que não queria mais lead nas matérias. Todos se assustaram, mas eles queriam que não fosse mais aquele lead no formato “quadrado” com as informações no primeiro parágrafo”, explica José Rezende.

Para escrever seus livros de conto, ele diz que adota dois temas principais: a vida e a morte. “O amor e o desamor servem de inspiração. Mas não basta apenas isso para escrever contos. É necessário precisão, ser exato e puro, além de ler bons livros de literatura”, completa o escritor.

Na última obra que escreveu “Estórias Mínimas”, José Rezende faz uma série de contos com até 140 caracteres. A ideia partiu de uma coluna que ele tinha no Terra Magazine, onde tinha que escrever contos mínimos. Ele espera que o livro possa ser premiado na próxima edição do Jabuti, e não se diz preocupado em ganhar dinheiro com a literatura. “O importante é o prestígio”, diz o autor.